O dia que eu achei um MOTOCUBO e devolvi com prazer

Posted in Uncategorized on 19 de novembro de 2009 by Renato Bacon

Ou com pena da pessoa, por ela ter um motocubo…

Você é homem e tem um? você é um VIADINHO.

Antes de mais nada, gostaria de ressaltar que tenho vivido um momento novo em minha vida: estou, finalmente, em liberdade. Não que eu estivesse confinado atrás das grades usufruindo dos bônus e ônus que o sistema prisional brasileiro nos proporciona.. na verdade eu estava preso na cadeia que prende a milhões de nós: o emprego. Enfim, saí do trabalho (ou da estrutura física dele) para continuar fazendo o que eu fazia, porém do aconchego do meu lar. Sei que minha felicidade com isso durará até chegar a primeira conta de luz, mas enfim… Hoje eu fui fazer o exame demissional, algo necessário pra se oficializar a saída da empresa.

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Exame demissional é uma parada, digamos, constrangedora tamanha a inutilidade da coisa.  Você entra, diz “oi”, a médica fala “oi, tudo bem” e se você responder “tudo bem sim” ela diz “que bom que está bem” e mete o carimbo de APTO lá. Mas burocracia é isso aí e eu tive quer ir fazer o famigerado exame.

Vou cortar meu diálogo na estação de trêm com um desconhecido, apesar de ter sido chocante tudo o que falou.. vou direto ao ponto chave da postagem: chegando na estação botafogo, ao subir a escada, vejo um objeto quadrado no chão, meio brilhante.. me abaixo e pego… e por instinto quase taco-o de volta à terra no mesmo instante: Era um celular motocubo.. o modelo novo da motorola que causa vergonha alheia em quase todo mundo que entende de tecnologia.. mas que as meninas adoram. Motocubo é o Jonas Brothers dos telefones celulares.

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Meu segundo impulso (já que resisti ao desejo de destruí-lo) foi esconde-lo e sair correndo… na condição de nascido em favela, filho de negro e pobre ad aeternum, seria bem normal fazer isso, mas venci novamente a tentação..

Estava atrasado para a “consulta” e simplesmente deixei o telefone ligado na minha mão, esperando alguém ligar pra caça-lo… ninguém ligou e o medo começou a me consumir: “Será que vou ter que ficar COM ESSA BOSTA PRA MIM?”, me questionava já com calafrios.. ao mesmo que já imaginava pra quais garotas eu poderia dar o aparelho, já com segundas intenções.

Acabou a consulta, resolvi olhar a agenda (fui educado o suficiente de não olhar os sms…) e não achei “casa”, o número padrão pra se ligar quando se acha um cel… mas tinha lá um “mãe”. ok, vamos ligar… ligo, e então…

“Seus saldos são insuficientes para completar a chamada”. OK. então você quer um celular bonito, que chama atenção pra NÃO TER CREDITOS PRA LIGAR, é isso mesmo? Enfim…

9090 na frente do número”mãe” e vamos ligar novamente (toda essa trama rolando durante minha caminhada na Voluntários da Pátria)… e, musiquinha tocando, ela diz “oi, grazi”.. e eu, sem graça, falo.. “oi, desculpa… me chamo Renato e acabei de achar esse celular na saída do metrô de botafogo”.

Tentei impor seriedade e desconserto a voz , tirando qualquer traquejo de malandragem, pra não pensarem que eu seria na verdade um ladrão de telefones.. e a mãe da Grazi “ah, peraí que eu vou passar um rádio pra ela.. ela estuda aí perto do metrô”.

10 minutos depois, sob o sol forte que ardia na zona sul do Rio de Janeiro, e o bocó aqui esperando  no lado de fora do metrô, o motocubo toca eu olho para atender. No mesmo instante, uma figura magra e sem sal, de uns 20 anos, sorri pra mim e diz “oi, Renato..  é a Graziela”. Devolvo o aparelho e ela sorrindo agradece toda hora e pergunta “posso fazer algo por você?”. Deixo o cerimonialismo de lado e falo “Sim, um açaí cai bem nesse calor”. ela ri, nos dirigimos a uma barraquinha ao lado do metrô, ela me dá o copo de açaí e quando eu achava que pararíamos pra conversar, ela diz tchau, agradece novamente e sai andando.

Conclusões:

1- Homem que é homem não tem um motocubo. falar que não quer te-lo porque sua velocidade de navegação é edge, desprovido de hsdpa e wi-fi não cola. Homem não usa motocubo porque é celular DE MENINA

2-Você nunca pegará ninguém porque achou o celular da pessoa

3-Tenho pena da Grazi não por ela ser magra demais, sem sal e possivelmente só fica com colegas da internet, mas porque ela tem UM CELULAR HORRÍVEL.

O improviso cancioneiro popular

Posted in Uncategorized on 27 de outubro de 2009 by Renato Bacon

Cantar partes que não estão nas músicas é algo que me irrita demais

Compor uma música, diferente do que possa parecer pra alguns, não é um trabalho simples.  E fazer uma música de sucesso então.. muito mais complicado ainda.  A não ser, é claro, que o autor tenha psicografado a canção, o que, sejamos francos, não é lá muito comum de acontecer. Pois bem, tanto trabalho pra se fazer uma música que caia na boca do povão e esse mesmo povão, em alguns momentos. faz o FAVOR de estragar a composição original adicionando partes à letra da música que nunca ali estiveram antes..

Como exemplo, pegarei três músicas dos anos 80 que o povo fez questão de ESTRAGAR  ao adicionar partes.

1 – Dias de luta – IRA!

e até agora nada de acharem o baseado.

Esse caso é bizarro.. nessa música praticamente temos um refrão proibido, uma vez que a parte mais esperada da música é o riff que toca até na introdução da canção. A destreza de Edgar Scandurra nas guitarras o fez criar um dos riffs mais grudam na cabeça, mas que se torna praticamente IMPOSSÍVEL de se ouvir ao vivo, sabe porque? Porque no exato momento que é executado, o povo, em êxtase, inventou a letra “Porra, caralho, cadê meu baseado (2x) Se eu fumo, se eu cheiro, é só com meu dinheiro (2x)”. Ah, o povão adora cantar isso, fica todo aquele clima de espera pela volta do riff na canção só pra galera cantar isso novamente.

Na versão acústica, é possível notar que não rola o espaço pro povo cantar essa parte INEXISTENTE. E eu digo: AINDA BEM!

2- Pintura Íntima – Kid Abelha

Sexo na escada depois dos 40 anos, quem curte?

Pra começo de conversa: acho Kid Abelha muito chato em todos os quesitos, mas não dá pra negar que a banda é uma máquina de HITs. E um dos maiores hits da banda sofre do mesmo mal da canção acima, com uma parte nada-a-ver-com-a-letra inserida pelo povão… mas nesse caso, não é um refrão-secreto, e sim uma alteração no próprio refrão da música, no momento de um solo de sax.

A música fala de um relacionamento possivelmente em crise em meio ao stress do dia-a-dia.. ok. quem, no stress, faria amor de madrugada não só EM CIMA DA CAMA mas também EMBAIXO DA ESCADA? Claro, a letra original não possui essa insanidade, mesmo porque casais modernos e estressados moram em apartamentos e apartamentos em geral não tem escada.

3- Que país é esse – Legião Urbana

quem acertar a resposta de "Que país é esse?" ganha um doce.

Ah sim, finalmente um caso que a pseudo-letra faz sentido. a música tem quase 30 anos e consegue se manter atual (e particularmente acredito que sempre será atual..), com todo o seu questionamento sobre as podridões do país, colocado junto a isso um levantamento constante de fatos embasam tal crítica.

Ora, se a música já todo o tempo leva os fatos e lança a pergunta, sem dar a resposta, por que raios, quando refrão perguntar “QUE PAÍS É ESSE?” o povo precisa responder É A PORRA DO BRASIL? é pra mostrar que entendeu a letra? ah, tah…

O dia que Padre Marcelo matou o Lafond

Posted in Uncategorized on 15 de outubro de 2009 by Renato Bacon

Minha saga começou no Globo.com e foi terminar nesta terrível descoberta.

Meu trabalho exige que eu seja extremamente bem informado. Não papo apenas de elevador e tal, do tipo “Você viu o acidente que  teve ontem? terrível, né?”. Eu tenho, por obrigação, que saber todos os pormenores do caso. Aquele papo de quando passar o Jornal Nacional eu levantar a plaquinha “eu já sabia” pra todas as notícias.

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Jornal Nacional: Quem já sabe das notícias diga EU

Jornal Nacional: Quem já sabe das notícias diga EU

Isso é legal, mas me obriga a buscar informação o tempo todo, me levando inclusive a notícias totalmente inúteis da Globo.com, como “Nivea Stelmann vai a aniversário de filho de Andréia Sorvetão e Conrado“.  Na hora, essa noticia, por mais inútil que possa parecer (e realmente é)  me causou um ar de nostalgia. Andrea Sorvetão e Conrado são os ícones-mor do fracasso artístico que a mídia tenta nos empurrar. Se a pessoa aparecia muito na TV, posa pelados e depois vira evangélico, é porque é um artista frustrado.

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essa foto é da 2ª etapa, entre ter semi-fama na TV e virar evangélico.

essa foto é da 2ª etapa, entre ter semi-fama na TV e virar evangélico.

Pois bem..   tomado pela curiosidade, resolvi dar um confere na wikipédi, aquele paraíso de informação não-confiável. Lá investiguei sobre a vida do casal acima citado e pude me lembrar que ambos participaram dos Trapalhões. E a pesquisa fluiu, vendo sobre os trapalhões acabei por visualizar o artigo sobre aquele que foi a personalidade mais importante que já morou em meu bairro, Cordovil, no subúrbio do Rio de Janeiro:  Jorge Lafond.

Cordovil: Bairro onde moraram Lafond, eu e o Seu Djalma, não citado no post.

Cordovil: Bairro onde moraram Lafond, eu e o Seu Djalma, não citado no post.

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O que mais me chocou sobre o Lafond foi sobre a morte dele. Traindo o movimento dos gays famosos, ele não morreu de Aids. A parada foi mais sinistra: Lafond já tinha problemas de saúde, que se agravaram depois de uma crise de depressão, que sente só, foi provocada pelo PADRE MARCELO ROSSI! É, meu Brasil, pode acreditar. Esse bom moço que (teoricamente) não come ninguém praticamente matou o Lafond quando pediu para este ser retirado do palco do Domingo Legal pra poder cantar uma daquelas de suas canções chatas que fazem a brasileirada lembrar que é católica, mas que continua indo em centro de macumba de vez em quando pra bater um tambor.

O Brasil reza ave-maria em um dia e recebe santo no outro. ô mizinfim amém.

O Brasil reza ave-maria em um dia e recebe santo no outro. ô mizinfim amém.

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Vamos botar na balança, quem seria mais útil pro Brasil ultimamente: Padre Marcelo ou Jorge Lafond? Padres existem vários.. padres POP STARS um ou outro.. mas qual utilidade? Popularidade sacerdotal é algo totalmente desnecessário. Humoristas realmente bons fazem falta, pelo menos na TV. Meu único medo seria a possibilidade de Lafond, hoje em dia, querer fazer stand-up comedy.

Se Lafond estivesse vivo, talvez ainda não tivesse um twitter verdadeiro.

Se Lafond estivesse vivo, talvez ainda não tivesse um twitter verdadeiro.

Como acabar com a insônia

Posted in Uncategorized on 14 de setembro de 2009 by Renato Bacon

A técnica que eu desenvolvi para pegar no sono: o roteiro-de-merda!

Como todo jovem dado aos prazeres que a interação pela internet oferece, eu curtia muito passar a madrugada inteira on-line. Papo de achar normal ir dormir as 5, 6 da manhã.. Isso, claro, quando eu podia me dar ao luxo de acordar as 14 horas. Ou de dizer “Quero acordar cedo pra ver o Globo Esporte, então as 4 eu vou dormir”. Hoje em dia eu não faço mais isso (infelizmente…), mas os long dias que passei assim me criaram o péssimo hábito de precisar da luz solar para, enfim, dormir.

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Então a responsabilidade chegou e eu precisava trabalhar pra. . hãm.. digamos.. ME ALIMENTAR e percebi que o mundo NÃO É PREPARADO PARA OS NOTÍFAGOS*. Eu me  vi em uma sinuca: como acordar as 6 da manhã indo dormir as 4 e só ter novamente uma chance de dormir la por volta das 11 da noite?

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Três opções. a primeira era mais radical: não trabalhar e morrer de fome, mas pelo menos ter noites bem dormidas (ou dias/tardes.. whatever). A  segunda era viver o zumbi way of life, com direito a olheiras gigantes e cochilos durante o trabalho, o que poderia me resultar em acabar, por falta de alternativa, ir parar na opção 1. A última, e mais cruel, era simplesmente fazer os que as pessoas normais fazem: dormir a noite. E foi isso que fui fazer.

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Olha, meu amigo, não é fácil começar. Simplesmente deitar na cama e pegar no sono  não era comigo.. eram horas e mais horas rolando de um lado pro outro, pensando nisso ou naquilo, lembrando das coisas e a hora passando e  sem pegar no sono. Uma tortura. Mas foi então que desenvolvi uma técnica, meio que sem querer, que acabou funcionando: o roteiro-de-merda!

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Bem simples: Simplesmente me imagino entrando em uma sala de cinema , sentando e vendo o filme começar. Que filme? Aí que está: Eu vou imaginando a história na hora, a temática e até os atores. O grande trunfo é: Os roteiros dos meus filmes imaginários são tão merdas que eu acabo por pegar no sono ainda nas primeiras sequências e nem acordo bolado querendo saber o que acontece com a história.

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Já fiz filmes sobre assassinatos misteriosos que eu dormia antes do primeiro crime acontecer, filmes de amor onde só apareciam animais, a história de vida da Mulher Melancia e até um remake de “Xuxa e os Duendes” com a Lady Gaga no lugar das rainhas do baixinhos. Claro, todos filmes foram uma bosta que me garantiram excelentes NOITES (e dessas vez noites mesmo) de sono.

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Bom, se um dia um desses roteiros mentais for legal e eu não dormir, boto no papel pra ganhar dinheiro.

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*Desculpe, só conheço essa palavra de ouvir falar.. não achei em nenhum dicionário e nem sei se ela realmente existe no mundo real. Em tese, ela designa alguém que curte ficar acordado na parte da noite.

Meu inimigo não me conhece e é muito feliz

Posted in Uncategorized on 2 de setembro de 2009 by Renato Bacon

Ele nunca me viu na vida, talvez por isso seja muito feliz, o que o torna meu algoz.

Antes de mais nada, gostaria que vocês assistissem apenas alguns segundos deste vídeo. Trata-se de uma edição do programa matutino RADAR RJ. É apresentado por esse cidadão aqui, Edmílson Ávila:

O feliz apresentador Edmilson Ávila

Edmilson Ávila: meu feliz inimigo.

Sério, esse cara ganhou status de meu inimigo número 1.  Uma série de motivos me levou a essa conclusão que esse cara, mesmo sem me conhecer, só quer o meu mal.

Primeiramente, o programa tem por objetivo falar do trânsito da cidade as 8 da manhã. Bom, se eu estou em casa as 8 da manhã tendo que estar no centro as 9, é porque, obviamente, já estou ATRASADO. E o cara nunca trás noticias boas como “O trânsito está lindo na avenida Brasil” ou “O movimento dessa segunda-feira faz lembrar um fim de semana no centro do Rio”. Não, é sempre RETENÇÃO NA AVENIDA BRASIL, ACIDENTE NA RODRIGUES ALVES, ENGARRAFAMENTE NA RIO BRANCO e por aí vai.. notícia ruim atrás de notícias para aqueles que, como eu, já estão MUITO ATRASADOS, despertando um sentimento de pânico.

Vamos piorar: Edmilson Ávila consegue falar tudo isso de maneira SEMPRE FELIZ! Ele parece rir para tudo, sempre demonstrando aquela felicidade gigantesca em anunciar cada engarrafamento, cada acidente, cada engavetamento, cada morte por atropelamento.. O cara consegue anunciar que está tudo parada na linha vermelha como se falasse que você ganhou 1 milhão de reais no jogo do bicho.

Primeiramente, acho que o programa dele deveria ser as 7 da matina. Que tipo de gente quer saber como está os trânsito as 8 da manhã? Nessa hora trabalhadores já estão ou dentro da empresa ou dentro do coletivo. Aqueles que se atrasam tem que cagar pra informações sobre o trânsito e sair de casa o mais rápido possível independente de como ele esteja. Ou seja: o Radar RJ é um programa voltado apenas à burguesia que quer ria da desgraça alheia dos seus funcionários se ferrando pra conseguirem chegar no local de trabalho, enquanto eles fumam charutos. Por isso o tom alegre para anunciar a nossa tragédia diária no destino ao calvário.

E quem faz programa pra esse tipo de gente não é meu amigo. Se não é meu amigo, tenha-me como algoz. Edmilson Ávila, você é meu inimigo.

Eu não mereço ser rico

Posted in Uncategorized on 26 de agosto de 2009 by Renato Bacon

Grana ta por aí, a riqueza ta logo ali. Eu quero, mas não mereço.

Quem, sendo pobre, nunca sonhou em ser rico? Quem nunca acordou de saco cheio porque tem que trabalhar e pensou “Caraca, eu tinha que ser rico.. pra não ter que passar por isso”. Desejar conhecer lugares maravilhosos, ter vários produtos e serviços a sua disposição, frequentar qualquer evento e pegar praticamente qualquer mulher, pelo simples fato de que você tem DINHEIRO pra pagar isso tudo. É uma maravilha e eu, diariamente, pratico o exercício de ter devaneios com a vida de high society. Pode ser até que eu consiga, o que particularmente não duvido, mas o ponto principal é: Eu NÃO MEREÇO ser rico.

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Deus não dá asa a cobra, já dizia o ditado. Deve ser por isso que nasci e cresci em favela. Ok, tive uma educação diferenciada, tanto acadêmica quanto familiar, o que causa uma certa estranheza quando eu relato ser From-Cidade-Alta. Vai ver que meu erro foi esse, ou começou por aí: Nasci pra ser povão. Infância em meio a tiroteios e sem brinquedos caros. Sabe-se lá o que seria de mim se eu fosse uma criança rica, mas prefiro acreditar que eu seria uma criança muito da escrota, daquelas que gosta de mostrar pro coleguinha pobre que ELE É POBRE.

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Cresci (ainda pobre) mas beleza, com o tempo eu fui tomando uma postura que não condizia com minha situação real. Talvez por ter uma postura meio de zona sul alinhada a vestimentas  e visual de suburbano, até os dias de hoje geral pensa que eu moro na/vim da/morei na Tijuca, o bairro mais meio-termo do Rio de Janeiro, cravado entre um monte de favela, na zona norte do Rio mas que os moradores acham que moram na área-nobra-da-parte-fodida-da-cidade. Essa fama de tijucano sempre foi mal-vista por mim, mas eu a merecia porque sempre a nutri.

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E é nessa vibe que entra meu não merecimento em ter dinheiro: eu tenho “um que” de Tijuca. Ou seja: ainda que eu enriquecesse, minha alma é a mesma favelada por DNA. Isso gera um conflito de ser que não se pode medir. Eu, com muito dinheiro, só faria merda.

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Atualmente eu não bebo, não fumo cigarro, não fumo maconha, não cheiro.. enfim, não usa nenhuma droga que tira a pessoa de si. Um dos motivos, inclusive, é porque isso gasta dinheiro pra caramba e prefiro não nutrir vícios que me deixem mais pobres do que eu já sou. Não duvido nada que se eu fosse rico, ia encher o nariz de pó, fumar maconha o dia inteiro e bêbado o tempo todo, além de gastar com muitos doces pra matar a larica.

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Fora que eu ia perder todo ânimo de estudar. Estudar pra que, se tenho dinheiro sobrando? Eu sou um cara que curte ser informado, que curte aprender, que acha bacana discutir política.. com a vã-esperança que isso me seja profissionalmente útil. Com dinheiro, provavelmente vou cagar pra isso e ainda pagar pra matar alguns políticos.

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E as mulhers? Ah, mulheres… aquelas maravilhosas que só o dinheiro pode comprar. E compraria sem dó nem piedade várias e várias. Aí que tá a merda: Elas poderiam, facilmente, me transformar em um ex-rico, o que me deixaria em um pobre pior do que sou agora, pois além de pobre eu ainda seria um ignorante viciado em drogas sem rumo na vida.

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Na moral, se eu ganhar na mega-sena (e eu jogo sempre) ou enriquecer por meios convencionais, arrumem um jeito de me matar antes que eu faça essas besteiras todas, porque eu realmente NÃO MEREÇO ser rico.

Hino nacional: Um pé no saco!

Posted in Uncategorized on 24 de agosto de 2009 by Renato Bacon

Sério: Não tenho a mínima paciência pra cantar o hino nacional. Acho que ele é muito mal aproveitado e o utilizam em momentos que ninguém quer dar a mínima pra ele. Essa utilização equivocada acabou tornando-o algo que era pra ser motivo de orgulho em uma coisa que praticamente vem com o carimbo “isso é chato” junto.

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Recentemente, fui na formatura de uns amigos e logo no início, rolou o hino nacional. Pergunto: Pra que isso? Grandes merda tocar hino nacional ali.. é uma cerimônia e tal, mas qual a necessidade de tocar o hino?  Os homenageados são os formandos e não o país.. e nem é uma competição internacional, pra mostrar a nacionalidade dos vencedores formandos. Aí, fica aquela coisa massante, com todo mundo fingindo que tá respeitando, quando na verdade ta todo mundo pouco se lixando pro hino.. Melhor seria não tocar. Eu mesmo, fiquei batendo papo na hora, enquanto um amigo foi procurar banheiro pra fazer xixi.

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E vamos lá: Hino no estádio do futebol.. entre times NACIONAIS. PQP, que coisa inútil! Só serve pra atrasar a partida e deixar os jogadores pagando mico de ficar 3 minutos iguais uns postes parados lá, quando poderiam estar se aquecendo. E a torcida? Essa caga e anda pro hino.. fica é rindo da cara dos jogadores ou conversando com o amigo ao lado. Se for torcedor fanático, fica gritando o nome do time ou hostilizando o adversário. “Patriotismo”? nenhum. Ah, sim, hino é uma parada desvalorizada no futebol. Cada vez mais raro se ver torcida cantando hino do time o tempo todo. Sempre varia… geralmente o HINO vem quando é um momento especial.. depois de um gol, na hora de empurrar o time e tal. Torcedor sabe valorizar o hino.

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Aí tá: ESCOLA. Uma vez por semana ter que cantar hino, todo mundo empezinho, em fila, e blá blá blá. Há, te catar.. isso só ajuda a aumentar a repulsa infanto-juvenil. Quer botar a galera pra aprender o hino? Coloca uns vídeos pornô com o hino ao fundo que a moçada, inconscientemente, vai acabar aprendendo.

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Fora que se tem mais um fator complicador: BRASILEIRO NÃO ENTENDE A LETRA DO HINO NACIONAL. Sério, aquele treco foi escrito em um português arcaico, cheio de termos incompreensíveis. Como ter orgulho de algo que você não sabe o que quer dizer? o POVO sabe o que é BRADO RETUMBANTE? um IMPÁVIDO COLOSSO? FULGURAS? GARRIDAS? LÁBARO? Brother, se quer que hino seja bem visto, coloca algo QUE SEJA COMPREENSÍVEL. Olha que interessante: O hino DE PORTUGAL é bem mais compreensível que o Hino Nacional Brasileiro.

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Pra não dizer que sou totalmente contra o hino, acho que em ALGUNS MOMENTOS ele cai bem, tipo jogos internacionais da seleção, hora da premiação de medalha.. e posse de Presidente da República.. e SÓ! Já é o suficiente pra mostrar orgulho de ser brasileiro, mostrando que filho teu não foge a luta  e nem teme a própria morte.. opa! Peraí, adoro o Brasil mas não temer a morte já é forçar a amizade, né, amigão?

Cinema: Crítica de “Apenas o fim”.

Posted in Uncategorized on 16 de julho de 2009 by Renato Bacon

Sou um vendido: fui assitir o filme “apenas o fim”.  Estréia recente, esse filme mal chegou e já virou “ícone de uma geração”. Ser cult-bacaninha é assistir “Apenas o fim” e se sentir em casa, dentro daquele universo.  Não é  um filme que pessoal que vai no cinema do Carioca Shopping vá assistir, mesmo porque não entenderia metade dos diálogos.  “Apenas o fim” é um filme sem política de cotas.

O roteiro foi todo feito pra agradar o público-alvo. Algumas citações forçadamente colocadas só pra poder dizer que “apareceram no filme”. Citar transformers foi desnecessário, apenas como exemplo. (principalmente porque não gostei do filme dos Transformers, mas deixa pra lá.)

As atuações são até bacanas. A decepção ficou por conta da aparição do Adnet, o mais “over” no papel ali, mesmo sendo uma pequena participação. Mas o Gregório e a Erika souberam dosar bem nos seus papeis. Ela é bem gatinha mesmo, dá um caldo.  Mas se eu fosse mulher não acharia o Gregório bonito não… no máximo “legal”.

Sobre a produção e direção… enfim, tem muito ar de filme caseiro.  Fica uma sensação de que “não é filme de verdade”. É como se o Pepa Filmes resolvesse fazer algo que não fosse trash.

Todo gravado na PUC, o filme tem tudo pra agradar quem estuda lá.  Os outros que gostam fazem parte daquela parcela da população que queriam estudar na PUC mas não tem grana pra isso, aí tem q fazer cinema na Gama Filho.

Mas, pensem comigo: Se ele fosse feito igualmente do modo que foi, mas por alunos de uma Estácio da vida, no subúrbio e com bons atores mas não “renomados”, o filme seria tão bem conceituado? Acho que não..No máximo iam falar “Olha a merda que o pessoa da Estácio faz. Caseirão”

O filme é bacana, boa diversão, te dá uma sensação nostálgica nos diálogos, principalmente nas referências a filmes e sites. Entretanto, foi supervalorizado demais… é bom mas não é essa brastemp toda.

Te quero, gripe suína.

Posted in Uncategorized on 14 de julho de 2009 by Renato Bacon

Tenho várias razões pra querer ter gripe suína agora. Primeiro pq ainda é gripe suína, o nome “gripe A” tá crescendo cada vez mais e ter a suína é bem old school, saca?!

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Se ela for mesmo uma pandemia mundial, morrer metade da população e eu sobreviver, posso dizer “ah, quando eu peguei ainda era chamada de ‘gripe súina’, ainda não chamavam de ‘gripe a’ “.

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E tem isso.. por enquanto, geral pega e sobrevive.. só um ou outro gato pingado morre.. mas, e quando o vírus for resistente ao tamiflu (medicamento)? Ai, meu irmão.. ferrou! geral morrendo! E eu, todo malandro, já com anticorpos resistes por ter tido antes, sobrevivo..

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Outro fato: medo geral. Por enquanto, vc pode dizer q tá com gripe suína e vai todo mundo ter medo, te botar na quarentena. delícia, 7 dias de férias pra ficar 4 dias doente.. podendo ficar em casa vendo filme, escrevendo no twitter e vendo peitinhos na webcam.

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Brother, se a doença desseminar, isso não vao rolar… vc, mesmo doente, vai ter q trabalhar, pq “o mundo não pode parar por conta disso”. Aí, né.. tu ta ferrado em pegar depois.

Fora q os primeiros casos ainda te dão uma certa notoriedade.. queria ser o primeiro contaminado a twittar sobre isso, ser citado pelo Marcelo Tas e pela Rosana como “o gripado twitteiro” etc.. depois, vai ser comum estar doente e twittando.  Talvez até a própria Rosana e o próprio Marcelo Tás falem do ocorrido em seus twitters, de como eles encararam a doença.

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Levando em conta q terei sobrevivido por ter pego a doença antes, poderei desfrutar do maravilhoso mundo pós-caos.. um mundo ermo.. onde o orkut voltará a ser bom por ter poucas pessoas nele.

testando

Posted in Uncategorized on 6 de julho de 2009 by Renato Bacon

Teste